Imagens retocadas e pintadas.
Segundo escreveram a Ana e a Daniela no sítio HPIP:
Amâncio d’Alpoim Miranda Guedes (aka Pancho Guedes, 1925-2015) desenhou, para uma família amiga, um edifício de habitação com 4 pisos localizado junto da Avenida Pinheiro Chagas (hoje, Eduardo Mondlane), orientado paralelamente à primeira, segundo uma planta rectangular de aproximadamente 35 metros de comprimento por 12 metros de largura, num total de 420m2 de área de implantação. Elevado do solo, sobre pilotis, o espaço exterior coberto desnivelado da rua funciona como um espaço comunitário de convívio em relação directa com a cidade. O átrio de entrada, através do qual se acede à escada principal está por sua vez elevado do solo três degraus, o espaço restante da área exterior coberta era utilizada como estacionamento. Destaca-se ainda o mural no embasamento que representa um dragão concebido em cubos de pedra com 15 metros de extensão (ver imagem 2 de 2).
A circulação vertical é hierarquizada. Além da escadaria principal, existem duas escadas de serviço, localizadas na fachada posterior, dando acesso também à cobertura.
Nos 4 pisos os apartamentos organizados de forma simétrica a partir dos dois núcleos de escadas. São habitações com 2 quartos semelhantes à das habitações do edifício Prometheus (1951-1953), também da autoria de Pancho Guedes, em que a organização interna do edifício é simples e funcional.
A resposta às necessidades de ventilação e protecção solar levam Pancho Guedes a definir um conjunto de sistemas de sombreamento que contribuem para a identidade do edifício.
A fachada principal caracteriza-se por uma sequência entre uma grelha geometrizada composta por elementos de betão e pelas varandas salientes, desenhadas através de uma superfície curva. Na fachada posterior, o volume é encerrado através grelhas de dois tipos: uma quadrícula disposta a meia esquadria, e outra formada por quebra-luzes horizontais em betão.