THE DELAGOA BAY WORLD

27/01/2023

MONUMENTO AOS MORTOS NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada.

O monumento em memória dos mortos em Moçambique durante a I Guerra Mundial. Foi inaugurado em 1935 e foi colocado na praça em frente à estação ferroviária de Lourenço Marques, anteriormente designada Praça Azeredo e depois Praça Mac-Mahon, actualmente Praça dos Trabalhadores.

24/07/2022

VENCEDORES DAS REGATAS DE LOURENÇO MARQUES, 24 DE JULHO DE 1941

Segundo o Eduardo Pitta, o dia 24 de Julho de 1875, que hoje completa 177 anos, começou a ser celebrado em Lourenço Marques como um feriado exactamente há 175 anos, em 1877.

A equipa do Clube Naval de Lourenço Marques que venceu as regatas do Dia da Cidade, posa para a fotografia, numa 5ª feira, 24 de Julho de 1941. Foi mais um dia de feriado na pequena e pacata capital moçambicana com cerca de 30 mil habitantes europeus e mais uns tantos negros e mulatos , que mantinha as suas dormentes rotinas, apesar de, à sua volta e lá longe na Europa, mais uma vez o mundo ardia numa guerra violenta e fraticida, Adolf Hitler e Josef Stalin tendo acabado de dizimar a Polónia e Hitler acbado de conquistar a França, Bélgica, Holanda e a Noruega, parecendo invencível. Enquanto Hitler se preparava para invadir as Ilhas britâncias, Portugal entretanto já declarara a neutralidade, ao contrário do Reino Unido e o seu vasto império, que incluía as suas colónias e estados associados na região: a relutante União Sul-Africana, a Suazilândia, Bechuanalândia, Niassalândia, as Rodésias do Norte e do Sul e o Tanganhica. Ou seja, o Moçambique colonial dessa altura era uma ilha formalmente neutral num mar britânico em guerra com a Alemanha. Todos em Lourenço Marques seguiam atentamente a guerra através da rádio em onda curta, a BBC a emitir de Londres e a Rádio Berlim a partir da capital alemã nazi.

1877 era apenas dois anos depois da histórica decisão de Mac-Mahon, ainda era Lourenço Marques uma vila miserável, infecta e barricada numa pequena ilha, numa ponta o velho presídio que aportava o nome do quase desconhecido comerciante que lhe dera o nome, povoada principalmente por estrangeiros, monhés (umas comunidade de comerciantes e suas famílias, originários do Médio Oriente e do sub-continente indiano, há séculos em Moçambique, que se estavam a mudar para a sua rua principal, que na verdade era a Rua da Gávea, não a Rua Araújo) e negros, vagamente sustentada pelo comércio local e com o Transvaal. Não tinha água potável, saneamento, comunicações, caminhos de ferro, porto. Só doze anos mais tarde, em 10 de Novembro de 1887, seria, por decreto real assinado por Dom Luis I, elevada ao estatuto de Cidade, o que lhe deveria dar o direito a uma estrutura municipal de auto-governo, mas nem sequer isso conseguia concretizar, pois não havia gente para eleger ou para ser eleita. Durante anos e anos, a sua câmara municipal seria efectivamente gerida por uma mistura de nomeados, por tecnocratas competentes enviados de Lisboa e pela a sua influente (e quase toda estrangeira) associação comercial. A língua que mais se falava era a inglesa.

Na base da decisão proferida em 24 de Julho de 1875, estavam disputas territoriais que vinham desde 1822, quando um capitão inglês, Owen, aportou o mísero presídio e, segundo os portugueses, à sucapa dos portugueses no Presídio, assinou tratados com os régulos Tembe e Maputo e assim reclamou para a Grã-Bretanha todo o território a Sul da Baía do Espírito Santo (hoje Baía de Maputo). Nessa altura, andava tudo à caça desses “tratados”, não se percebendo bem qual era o entendimento dessas autoridades indígenas quanto ao que realmente pensavam que estavam a assinar (mas que invariavelmente vinha acompanhado de umas caixas de whisky, uns charutos e uns saguates, o que, admita-se, sempre era alguma coisa).

A disputa manteve-se e escalou após a constituição das repúblicas Boer do Transvaal, Estado Livre de Orange e, do lado britânico, a constituição da Colónia do Natal. Em 1861, um navio britânico chegou ao Presídio e declarou que a Ilha da Inhaca passava a ser parte da Colónia do Natal. Levou oito anos aos portugueses reagir. Nesse ano, os ingleses enviaram um navio para a Inhaca – e içaram a bandeira britânica. Seis meses depois, um punhado de portugueses intrépidos foram numa barcaça à Inhaca, arrearam a bandeira inglesa, correram com a guarnição britânica e, perante o certamente atónito punhado de locais, içaram a bandeira da monarquia portuguesa. Nos corredores diplomáticos, acendeu-se a disputa entre Londres e Lisboa, unidas pelo dúbio pacto de Windsor desde há meio milénio, Portugal completamente nas lonas, enquanto que o Reino Unido se posicionava já como a nação mais poderosa no planeta. Os dois governos acordaram em submeter a questão a arbitragem internacional, para decisão final e vinculativa pelo presidente da República da França.

Que pela sua decisão de 24 de Julho de 1875, atribuíu a Portugal a posse da região mais ou menos entre a parte Sul da Baía e até à Ponta do Ouro e ao pequeno Protectorado da Suazilândia.

Após a independência nacional, as autoridades descartaram esta data e passaram a assinalar o dia 10 de Novembro de 1887 como Dia da Cidade. Mas não sem antes o inefável Samora Moisés ter feito mais uma das suas. Pitta relata como foi o dia 24 de Julho de 1975, primeiro centenário da Decisão:

A data celebra a sentença do marechal francês Mac-Mahon, que em 24 de Julho de 1875 arbitrou a favor de Portugal, contra a Grã-Bretanha, a posse da baía de Lourenço Marques, denominada «Delagoa Bay». Em 1975 cumpriu-se o centenário. Machel aproveitou a data para virar tudo do avesso. Discursando durante várias horas, decretou o fim da propriedade privada. Terra, habitação, actividades económicas, transportes, saúde, educação, média, agricultura, indústria, etc., passou tudo para a Frelimo. Assim que acabou de falar, consultórios médicos, escritórios de advogados, colégios e pequenas oficinas foram alvo de buscas. Um médico amigo teve dificuldade em justificar a posse de luvas de latex e um estetoscópio. No dia seguinte estava em Joanesburgo. Nesse dia decidimos deixar Moçambique. Com os aviões lotados até ao fim de Outubro, combinou-se que o Jorge [o seu companheiro na altura] viria a 3 de Novembro e eu mais minha mãe a 26 de Janeiro de 1976.

A Avenida 24 de Julho, a mais comprida da Cidade, essa, manteve a mesma designação até hoje, mas passando a assinalar um dos maiores actos de destruição económica do Moçambique independente, que levaria décadas a começar a desembrulhar.

04/09/2021

A PRAÇA MAC-MAHON EM LOURENÇO MARQUES, 1960S-1970S

Imagens retocadas.

Descansando na Praça Mac-Mahon, entre o monumento em memória dos mortos na I Guerra Mundial (inaugurado em 1935) e a fachada da estação ferroviária de Lourenço Marques, início dos anos 60. Do lado direito, vê-se o início da Rua Araújo.

A Praça Mac-Mahon (hoje Praça dos Trabalhadores), início dos anos 70. A seguir ao prédio da esquerda (Prédio Abreu Santos e Rocha, desenhado por Pancho Guedes) tem início a Rua Consiglieri Pedroso.

29/05/2021

A CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE LOURENÇO MARQUES, 1908-1917

Imagens retocadas e coloridas.

A primeira estação ferroviária de Lourenço Marques era em 1895 um modesto edifício ao lado da Praça Mac-Mahon (hoje dos Trabalhadores, do lado do porto. Só anos mais tarde se construiu a actual estação, em duas fases, que se mostram em baixo.

1. Fase 1, construção da estação nova dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques, 1908.
2. A Fase 1 concluída, 1910.
3. A Fase 1, vista na direcção da Praça Azeredo (depois Mac-Mahon, hoje dos Trabalhadores). Note-se que o edifício “principal” em frente à Praça ainda não existe.
4. 1915. Atrás, vê-se o edifício central que faz frente à Paraça a ser construido. Seria inaugurado em 1917.
5. Parte do interior da estação ferroviária de Lourenço Marques. Em primeiro plano o salão de chá, estando ao fundo o bar da estação, 1910, foto de Louis Hily.

22/05/2021

OS EDIFÍCIOS SANTA MARIA E ABREU, SANTOS E ROCHA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

A primeira imagem retocada, foi tirada por Manuel Martins Gomes. Grato à sua filha Zé, que a disponibilizou em memória do seu Pai, cujo espólio fotográfico está pacientemente a começar a analisar e a constituir num registo fotográfico.

Foto tirada do edifício das Fábricas das Cervejas Reunidas em Lourenço Marques, início dos anos 60. Ocupando a parte do quarteirão entre a Avenida da República e a Praça Mac-Mahon na Avenida General Machado, vêem-se aqui o Edifício Santa Maria (para onde, entre outros, se mudou a Casa Bayly quando se construiu mais abaixo o Hotel Turismo) e a seguir o Prédio Abreu, Santos e Rocha, desenhado por Pancho Guedes e concluído em 1954. No rés-do-chão deste edifício nesta altura ficavam os escritórios da DETA, que se mudaram dez anos depois para o r/c do Hotel Tursimo, e ali depois abriu a Casa Ruca. Na esquina por debaixo deste edifício, havia uma estação de serviço, o que hoje seria proibidérrimo. Nesta correnteza, a meio do Edifício Santa Maria, havia uma loja de quinquilharias dum senhor branco mas que chamavam “monhé branco”, onde em 1972 comprei o Volume 2 dos álbuns de Santos Rufino, começando assim a minha curiosidade com a história e a arquitectura da Cidade.

A fachado do Abreu, Santos e Rocha, vista mais de perto.

25/04/2020

O MONUMENTO NA PRAÇA MAC-MAHON EM LOURENÇO MARQUES

Imagem retocada.

 

O monumento, visto da entrada da estação ferroviária de Lourenço Marques, início dos anos 1940.  Foi inaugurado em 1935.

 

O monumento, que foi poupado pelo novo regime (ainda assim picaram o que quer que seja que estava escrito na placa) na actualidade.

 

O monumento, actualmente.

23/04/2020

A PRAÇA MAC-MAHON E A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE LOURENÇO MARQUES, 1967

Imagens retocadas. Foi mais ou menos por esta altura que a Cidade começou a passar por uma fase de crescimento explosivo, evidenciado em parte pelo número de automóveis nas ruas. Ainda assim, a hora de ponta em Lourenço Marques, até praticamente 1975, durava dez minutos.

 

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06/06/2019

A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1930

Imagens retocadas.

 

A fachada principal da estação.

 

Machimbombos e o que parece ser um táxi, estacionados junto ao edifício da estação. Uma curiosidade: é em 1936 que os eléctricos de Lourenço Marques são descontinuados e substituídos por uma empresa de Machimbombos que serão um investimento de Paulino dos Santos Gil e que antecederam os Serviços Municipalizados de Viação da Cidade. Nesta imagem, podem-se ver ainda os carris e a linha de fornecimento de electricidade da Electric Tramways de Lourenço Marques.

23/04/2019

A BAIXA DE LOURENÇO MARQUES, 1928

Imagem retocada.

 

A então Baixa de Lourenço Marques, 1928. Foto tirada da varanda do 1º andar do primeiro Teatro Gil Vicente, que ficava à entrada da Rua (mais tarde) Joaquim José Lapa, no mesmo local onde depois se instalou a Papelaria Académica, no Prédio Fonte Azul.  Onde está um homem a atravessar a rua para o lado esquerdo na imagem, fica a esquina entre a (então) Avenida Aguiar, mais tarde designada Av. Dom Luiz e a actual Avenida Marechal Samora Moisés Machel. À esquerda começava a Praça 7 de Março. Do lado direito vê-se o Consulado do Reino Unido da Grã-Bretanha, com a bandeira hasteada. Ao fundo vê-se a Rua Consiglieri Pedroso, que desemboca na Praça Azeredo, mais tarde designnada Praça Mac-Mahon e a actual Praça dos Trabalhadores. No topo e lado esquerdo da imagem, em primeiro plano, vê-se a ponta do primeiro Teatro Gil Vicente, que arderia no final do ano seguinte, motivando o seu dono a construir outro com o mesmo nome, em estilo Art Deco, a meio da Avenida Dom Luiz. Mais a seguir vê-se um edifício com a frase “(re)frescos” na fachada, que era o Kiosk Chalet, o verdadeiro epicentro geográfico e social da Cidade naquela altura e que ficava na ponta a Norte e a Nascente da Praça 7 de Março. Logo a seguir, lá longe no horizonte, pode-se ver a cúpula da Estação de Caminhos de Ferro de Lourenço Marques, na altura das edificações mais altas da Baixa. Com tanta gente na rua, ou era fim de semana ou dia de festa na Cidade.

20/09/2018

UM DIA NA PRAÇA MAC-MAHON EM LOURENÇO MARQUES, 1961

 

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18/09/2018

A RUA ARAÚJO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Foto de A Rosa Araújo, retocada.

 

A Rua Araújo em Lourenço Marques, na parte onde desemboca na Praça Mac-Mahon, final dos anos 60. Aquele cartaz do lado direito era da Boate (ou Cabaret) Tamila.

14/09/2018

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE LOURENÇO MARQUES E UM MACHIMBOMBO, 1961

 

A estação, 1961.

 

Idem.

19/03/2018

VISTA GERAL DE LOURENÇO MARQUES NA PRIMEIRA DÉCADA DE 1900

 

Esta foto de parte de Lourenço Marques nos primeiros anos depois de 1900 tem algum interesse. Foi tirada mais ou menos do ponto de vista do actual Hotel Girassol na direcção Poente. A casa em frente é  Mansão construída pelo cônsul Pott junto ao então Jardim Botânico (mais tarde Jardim Vasco da Gama e actualmente Tunduru). A vegetação logo atrás é o Jardim Botânico. A chaminé alta ao fundo, segundo o dono do magnífico HousesofMaputo, é de uma central de produção de electricidade que havia mesmo atrás do Bazar de Lourenço Marques (da Compagnie de Géneràle d’Electricité, uma concessão francesa do serviço) , edifício que ainda me lembro de ali ver nos anos 60 (entretanto foi demolido recentemente e ali foi erguido um enorme edifício). Mais detalhes sobre essa central podem ser obtidos aqui. A seguir nota-se um enorme descampado, que são terrenos vagos e parcialmente despejados de terra que foi utilizada para os aterros feitos no pântano existente na linha onde ficou depois a Avenida da República (hoje 25 de Setembro) e ainda na zona do porto e na zona da Praça Mac-Mahon (hoje Praça dos Trabalhadores).

13/02/2018

MACHIMBOMBO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

 

 

O machimbombo estacionado na parte Norte da Praça Mac-Mahon, em frente ao Nº1 da Avenida General Machado. Trata-se do 7, que fazia a ligação entre a Praça Mac-Mahon e o Xipamanine. Um pequeno detalhe psico-cultural ilustrado pela publicidade pintada no machimbombo: em Moçambique não havia frigoríficos. Havia “geleiras”.

21/01/2018

RUY ROQUE GAMEIRO, ESCULTOR DE MONUMENTO EM LOURENÇO MARQUES

Filed under: LM Praça Mac-Mahon, Ruy Roque Gameiro - Escultor — ABM @ 19:34

A estátua desenhada por Ruy Roque Gameiro, um escultor português.

Ruy Roque Gameiro concebeu a estátua que constitui ainda hoje o monumento a todos os que faleceram em Moçambique durante a I Guerra Mundial quando ainda tinha cerca de 25 anos de idade. Nascido em 1906, faleceria prematuramente, num acidente de viação, com 29 anos, em 18 de Agosto de 1935.

Para consultar um esboço biográfico deste notável artista, ler aqui.

A estátua, enquadrada na então já chamada Praça Mac-Mahon em Lourenço Marques, directamente em frente à estação ferroviária da Cidade.

 

Ruy Roque Gameiro, aqui nos anos 30.

 

Roque Gameiro junto de um dos seus trabalhos.

 

A obra de Roque Gameiro, pouco antes de ser enviada para Moçambique. Foi inaugurada em Lourenço Marques no dia 11 de Novembro de 1935, 17 anos exactamente após a assinatura do Armistício que pôs fim ao terrível conflito e quase três meses após o falecimento do artista.

 

Cito, com alguma edição, do artigo de Joana Leitão Barros: “Em 1931, Roque Gameiro cria dois monumentos aos mortos da Primeira Guerra Mundial, um para Abrantes e o outro para a Cidade de Lourenço Marques. O trabalho de Abrantes é o primeiro da escultura portuguesa a ser fundido em cimento. “A ele se devem, em parte (…) os primeiros arrojos, as primeiras oposições à estátua de «pirueta», de rendilhado (…) assim como a cenografia de apoteose plástica género «mágica», — e o seu primeiro trabalho nesse sentido foi o sólido, o arrogante e sentidamente nacional monumento aos mortos da Grande Guerra, em Abrantes (…)”, afirma, em 1946, José Amaro Júnior. A escultura de Lourenço Marques, projectada em colaboração com o arquiteto Veloso Reis, foi exposta na Avenida da Liberdade, em Lisboa, em 1934, e entregue à capital moçambicana no ano seguinte.”

14/09/2017

A ESTAÇÃO DOS CAMINHOS DE FERRO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 20

 

A fachada da estação ferroviária de Lourenço Marques. Ao fundo do lado direito pode-se observar a fachada da fábrica Victoria Cold & Storage, de Cretikos.

15/08/2017

A DECISÃO DE MAC-MAHON E O SUL DE MOÇAMBIQUE, 24 DE JULHO DE 1875

A Praça Mac-Mahon em Lourenço Marques, cerca de 1940. Ao fundo, a estação ferroviária.

 

Em baixo, em língua inglesa, o texto completo da decisão francesa, dada a conhecer a 24 de Julho de 1875, quanto à posse dos territórios em redor e a Sul de Lourenço Marques (actualmente, Maputo). A disputa originou numa pretensão britânica de ficar com esses territórios, seguindo a sua política de criar uma zona-tampão para conter as repúblicas Boer numa espécie de cintura de ferro britânica. Só que Portugal argumentava que já estava lá há séculos, o que valia o que valia mas na jurisprudência de então, e até 1886, era o que valia mais. Numa acção de charme que lhe veio a custar, a Grã-Bretanha aceitou submeter a disputa a arbitragem por terceiros, tendo sido acordado que a decisão seria tomada pelo governo da França, a que, quase circunstancialmente, Mahon presidia. Na altura, foi uma vitória significativa da diplomacia portuguesa em relação à Grã-Bretanha, mas também um presente envenenado, na medida em que resultou num endurecimento da postura daquele país em relação ao futuro – como veio a acontecer em Janeiro de 1890.

Na tradição colonial de então, o episódio foi celebrado até ao Século XX, desde a denominação da praça onde se veio a edificar a estação dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques com o nome de Mac-Mahon (anteriormente Praça Azeredo, um importante autarca da pequena cidade colonial, e que a Frelimo alterou para Praça dos Trabalhadores, a designação presente), até à designação do feriado municipal, que era a 24 de Julho e não a 10 de Novembro, data da elevação de Lourenço Marques ao estatuto de cidade, à alteração da maior avenida da Cidade de Francisco Costa para Avenida 24 de Julho (sorrateiramente, a Frelimo manteve o nome, agora referindo-se à data de algumas nacionalizações efectuadas em 1976) e, finalmente, à designação de uma das duas marcas de cervejas mais conhecidas de Moçambique – a 2M (de “Mac-Mahon”. A outra é a Laurentina) e que sobreviveu a quase meio século de demolição deliberada do património colonial herdado.

Verdadeiramente, Mac-Mahon ficaria surpreendido se alguém lhe tivesse dito que, num obscuro recanto de África, o seu nome alguma vez seria recordado.

 

 

27/10/2013

A PRAÇA MAC-MAHON EM LOURENÇO MARQUES, FINAL DOS ANOS 1930

 

 

A Praça Mac-Mahon em Lourenço Marques no final dos anos 30.

A Praça Mac-Mahon em Lourenço Marques no final dos anos 30.

26/10/2013

A ZONA FERRO-PORTUÁRIA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Filed under: LM Cais - Porto, LM Praça Mac-Mahon — ABM @ 22:36

 

 

A zona

A zona ferro-portuária de Lourenço Marques, foto aérea tirada a partir de cima da Estação Ferroviária. Mesmo em frente vê-se o pequeno edifício duplo com os geradores de electricidade do complexo portuário. À direita o Cais Gorjão.  À esquerda pode-se ver uma parte da Praça Mac-Mahon (actualmente Praça dos Trabalhadores).

17/06/2013

FACHADA DA ESTAÇÃO DOS CAMINHOS DE FERRO DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 20 DO SÉC. XX

Grato à Isabel Sena.

 

Fachada da Estação Ferroviária de Lourenço Marques.

Fachada da Estação Ferroviária de Lourenço Marques – às dez para o meio-dia. Então a Praça em frente chamava-se Azeredo, depois mudou o nome para Praça Mac-Mahon, e agora chama-se Praça dos Trabalhadores.

09/09/2012

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE LOURENÇO MARQUES E A FÁBRICA DE GÊLO DE CRETIKOS, INÍCIO DO SÉCULO XX

A estação ferroviária de Lourenço Marques e a Praça Mac-Mahon. Ao fundo, a firma de Cretikos a Victoria Cold Storage and Ice Factory.

18/06/2012

A PRAÇA MAC-MAHON EM LOURENÇO MARQUES, 1949

Fotografia da colecção de José Godinho, tirada pelo seu pai, João Godinho, restaurada.

Para ver esta fotografia em tamanho muito maior, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.

A Praça Mac-Mahon, 1949.

19/02/2012

VISTA AÉREA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 1960

Vista aérea da cidade de Lourenço Marques.

27/12/2011

PRAÇA MAC-MAHON E ENTRADA PARA A RUA CONSIGLIERI PEDROSO, ANOS 1960

Foto do IICT, restaurada.

Canto da Praça Mac-Mahon e entrada para a Rua Consiglieri Pedroso. À esquerda, uma das obras de arte do Arquitecto Pancho Guedes.

24/12/2010

PRAÇA MAC-MAHON E PRÉDIO DE PANCHO GUEDES, 1965

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