THE DELAGOA BAY WORLD

26/06/2019

O MINISTRO DAS COLÓNIAS DE PORTUGAL VISITA INHAMBANE, 1932

Imagens retocadas, gentilemente cedidas por Luis Deveza Portugal, neto de Luiz Portugal, que aparece com a sua mulher, na fotografia.

Armindo Monteiro, aqui ministro português das Colónias em 1932 (sentado, 5º a contar da esquerda), merece uma curta nota. Um indivíduo culto, sofisticado e cosmopolita, formado durante a 1ª República e que a sobreviveu politicamente, terá sido efectiamente a “concorrência” de Salazar pelo cargo de primeiro ministro (ele foi nomeado precisamente em 1932) e o principal mencionável para o substituir, excepto que a Velha Raposa o driblou sucessivamente (a começar pelo cargo de ministro das Colónias entre 1931 e 1935, depois de ter sido uma espécie de adjunto do ditador nas Finanças), depois ministro dos Negócios Estrangeiros, até o afastar em 1943, altura em que Monteiro foi exonerado do cargo de embaixador em Londres (1937-1943) para um confortável cargo de administração (em Lisboa) na Refinaria Colonial, uma empresa da “moçambicana” Sena Sugar Estates. Para um esboço biográfico mais completo de Armindo Monteiro, ver aqui.

 

A comitiva ministerial, que inclui essencialmente a equipa do ministro e acompanhantes e ainda os pesos pesados da asministração da Colónia de Moçambique, posa para uma fotografia no jardim da residência do Governador Distrital em Inhambane, 1932. Para identificar as pessoas, ver a nota em baixo. O Avô do Luiz está de pé à direita, a Avó é a senhora sentada mais à direita. Não consegui apurar se o Tenente de Cavalaria F. da Silva Pais é o (mais tarde) big boss da PIDE. Pois supreendi-me de não encontrar qualquer referência curricular do Major Fernando Silva Pais.

 

A lista que legenda a fotografia

01/06/2019

A DELAGOA BAY LANDS SYNDICATE EM 1904 E LOURENÇO MARQUES

Em baixo, o Relatório e Contas do conglomerado anglo-sul africano Barnato Consolidated Mines para o ano operacional terminado a 31 de Outubro de 1904, apresentado na Assembleia de accionistas em Joanesburgo no dia 8 de Maio de 1904 e publicado no jornal The Standard de sexta-feira, 9 de Outubro de 1904.

Apesar de considerável, o conglomerado Barnato Consolidated Mines em 1904 já era apenas uma pequena parte do gigantesco império outrora criado pelo chamado Randlord Barney Barnato, em tempos um rival de Cecil Rhodes pelos negócios de ouro, diamantes e imobiliário na África do Sul. Em 1904, Barney Barnato, um genial judeu britânico que capturou de forma singular as oportunidades decorrentes das descobertas em Kimberley e no Witwatersrand, já havia falecido, misteriosamente caindo de um barco em que ele viajava para Londres mesmo ao lado da…Ilha da Madeira, em 14 de Junho de 1897. Portanto em 1904 este conglomerado deveria ter como accionistas os seus descendentes e outros.

Com 7604 acções em 1904, a Barnato Consolidated Mines já era um accionista de referência da The Delagoa Bay Lands Syndicate, Limited (DBLS), que, desde 1903, detia, eventualmente entre outros, activos, a chamada Concessão Somershield, cerca de mil hectares e que incluiam toda a faixa de terreno desde o Hotel Polana até ao Clube Marítimo de Desportos e que fora alienada à empresa pelo médico, aventureiro e empresário britânico Óscar Somershield em 1896, penso que numa combinação de dinheiro e de algumas acções da própria DBLS, património que deixaria de herança à sua mulher Marta (e penso que uma filha menor), quando ele faleceu em 1917 nos arredores da Cidade do Cabo (caçar estes documentos dá trabalho).

Segundo o relatório em baixo, os activos da DBLS em 1904 estavam estimados em cerca de 1.6 milhões de libras estrelinas, uma verdadeira fortuna naquela altura.

A partir daqui, a DBLS passaria os quase cinquenta anos seguintes em tribunal com a Câmara Municipal de Lourenço Marques, numa sucessão de contendas e em fases, que só terminaria cerca de 1950 com o acordo para a criação e venda do algo quixotesco e pouco característico projecto imobiliário que formalmente se chamaria Bairro dos Cronistas mas que todos chamavam Somershield – e que, por desconhecimento, escreviam, e escrevem, erradamente, “Sommerschield”(por aquela altura, já ninguém sabia quem ele fora).

A DBLS foi constituída em 1896, com sede em Joanesburgo e escritório em Lourenço Marques, penso que especificamente para lidar com a alienação da Concessão Somershield.

Entre outros aspectos, a DBLS tinha todo o tempo e todo o dinheiro e todos os advogados a peso de ouro do mundo, para confrontar a Câmara nos tribunais.

O Hotel Polana, que foi inaugurado em meados de 1922, resultou de um esquema meio macaco que envolveu o governo da Província e a DBLS, que inicialmente ficou com o hotel, construído no extremo Sul da Concessão Somershield, para desespero do Comandante Augusto Cardoso. Eventualmente venderia o hotel aos Schlesinger, sul-africanos judeus, que o exploraram durante vários anos.

Ali ao lado, durante o longo mandato de José Cabral (1879-1956), Governador-Geral entre 1926 e 1938, construiu-se ainda um Parque, nomeado José Cabral em honra do Governador-Geral, outrora um belo jardim, hoje chamado “Parque dos Continuadores”(completamente desfigurado por um campo de atletismo e uma feira de artesanato) ainda em terrenos que tinham sido desta Concessão, e que incluia a estação telegráfica e, mesmo na ponta, o Observatório Campos Rodrigues.

 

01/06/2016

O RÁDIO CLUBE DE MOÇAMBIQUE E A PRIMEIRA DIRECÇÃO DO GRÉMIO DOS RADIÓFILOS DE MOÇAMBIQUE, ANOS 1930

A primeira direcção do Grémio dos Radiófilos de Moçambique em Lourenço Marques, precursor do Rádio Clube de Moçambique.

A primeira direcção do Grémio dos Radiófilos da Colónia de Moçambique em Lourenço Marques, fundada em 18 de Março de 1933, precursor do Rádio Clube de Moçambique. Da esquerda: A. Morais, Abílio Brito, Aniano Serra, Ernesto Brito e Augusto Gonçalves.

Excerpto 1 do "Livro de Ouro do Mundo Português", 1971.

Excerpto 1 do “Livro de Ouro do Mundo Português”, 1971.

Excerpto 2 do "Livro de Ouro do Mundo Português", 1971.

Excerpto 2 do “Livro de Ouro do Mundo Português”, 1971.

Excepto 3.

Excepto 3 do “Livro de Ouro do Mundo Português, 1971.

 

20/10/2013

VILA CABRAL EM 1965

Foto restaurada.

Vila Cabral tomou o seu nome original do Governador-Geral José Cabral.

Vila Cabral (penso que actualmente Lichinga), 1965.

Vila Cabral (penso que actualmente Lichinga), 1965.

05/03/2013

SARA CABRAL COM OS AMIGOS NO COURT DE TÉNIS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1930

Imensamente grato a José Luis Salema, neto materno de José Cabral (filho da sua filha Sara, retratada em baixo), que facultou a imagem em baixo, que cuidadosamente restaurei esta noite.

 

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Sara Cabral, terceira de pé a contar da direita, filha do então Governador-Geral de Moçambique, José Cabral, convivendo com amigos portugueses e sul-africanos num dos courts de ténis do (presumo) Jardim Vasco da Gama em Lourenço Marques, anos 1930.

O GOVERNADOR JOSÉ CABRAL NO PALÁCIO DA PONTA VERMELHA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1930

Imensamente grato a José Luis Salema, neto materno de José Cabral (filho da sua filha Sara), que facultou a imagem em baixo, que cuidadosamente restaurei esta noite.

José Ricardo Pereira Cabral foi um dos principais Governadores-Gerais de Moçambique no Século XX, tendo liderado os destinos da então colónia durante mais que dez anos consecutivos, coincidindo com a Grande Depressão e a subida e consolidação de Salazar no poder. Para conhecer mais alguns detalhes sobre a vida e obra de José Cabral, procure-se neste blogue e veja-se em baixo.

Com as insígnias de General, o Governador-Geral posa numa das varandas do Palácio da Ponta Vermelha em Lourenço Marques, durante o seu mandato (1926-1938).

Com as insígnias de General, o Governador-Geral posa numa das varandas do Palácio da Ponta Vermelha em Lourenço Marques, durante o seu mandato (1926-1938).

Da Wikipédia copiei o seguinte texto, que resume o percurso de José Cabral:

José Ricardo Pereira Cabral OTE • GCC • ComA • GCIC • MOCE (Lamego, 10 de julho de 1879 — 1 de julho de 1956) foi um político e militar português. Foi o 100º Governador de Moçambique (1926 – 1938) e o 124.º Governador da Índia (1938 – 1945). Durante seu governo na Índia, transcorreu a Segunda Guerra Mundial, no contexto da qual, apesar da neutralidade portuguesa no conflito, os portos do território foram utilizados pelas forças dos Aliados. Durante esse período, a região viveu relativa paz, uma vez que as forças britânicas tinham ordens expressas para não ofender abertamente a soberania portuguesa sobre o Estado da Índia.

Biografia

José Cabral nasceu em Lamego a 10 de Julho de 1879. Entre 1889 e 1895 frequentou o Real Colégio Militar, sendo graduado naquele último ano no posto de primeiro-sargento cadete. Ingressou seguidamente na Escola do Exército, onde concluiu o curso de oficial da arma de Cavalaria. [Com 27 anos de idade], em 1906 foi enviado para Moçambique, iniciando nos anos imediatos uma ligação à administração colonial que se manteria durante toda a sua carreira. Foi governador do Distrito de Inhambane (1910-1913), e ainda governador do Distrito de Moçambique (1916-1918 e 1919-1920), tendo nessas funções participado nas operações militares contra as forças alemãs da África Oriental Alemã no contexto da Primeira Guerra Mundial. Em 1926 foi nomeado Governador-Geral de Moçambique, cargo que exerceu até 1938. Neste último ano foi nomeado Governador-Geral do Estado da Índia, cargo que exerceu até 1945.

Recebeu as seguintes condecorações: Comendador da Ordem Militar de Avis (24 de Novembro de 1920); Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito (6 de Fevereiro de 1922), com Palma; Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (21 de Maio de 1929); Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar; Medalha de Ouro Comemorativa das Campanhas do Exército Português, com a Legenda 1914-1918; e Grã-Cruz da Ordem do Império Colonial (7 de Setembro de 1935). Foi ainda distinguido com as seguintes condecorações estrangeiras: Comendador da Ordem de São Miguel e São Jorge, concedida pelo rei Jorge V do Reino Unido (1919); Grande-Oficial da Ordem da Estrela de Anjouan de França, concedida pelo presidente da República Francesa (5 de Setembro de 1930; e Cavaleiro da Ordem do Império Britânico, concedida pelo rei Jorge VI do Reino Unido (1940), com direito ao uso do título de Sir.

21/04/2012

VILA CABRAL NOS ANOS 1960

Fica situada no Norte, perto do Lago Niassa.

Vila Cabral nos anos 1960. Fundada em 1931 com esta designação em honra do então e memorável Governador-Geral, José Cabral. O nome alterado para Lichinga após a Independência.

15/02/2012

A NOTÍCIA DA MORTE DO GOVERNADOR JOSÉ CABRAL, JULHO DE 1956

Grato ao Paulo Pires Teixeira, que apanhou estas imagens nos arquivos em Moçambique.

José Ricardo Pereira Cabral foi Governador-Geral de Moçambique entre 1926 e 1938.

 

A primeira página do Notícias de Lourenço Marques do dia 3 de Julho de 1956, assinalando o falecimento de José Cabral. Para ver em tamanho maior, prima duas vezes com or ato do seu computador.

 

O texto em cima, em maior detalhe.

 

A parte de baixo do texto.

 

 

13/02/2012

JOSÉ CABRAL, GOVERNADOR-GERAL DE MOÇAMBIQUE, 1926-1938

José Cabral foi um dos governadores-gerais de Moçambique que mais tempo esteve no cargo (1926-1938) e entre os que maior impacto teve na recente história da então colónia. Merece ser estudado. De entre os seus descendentes encontram-se grandes moçambicanos.

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