THE DELAGOA BAY WORLD

19/12/2023

BRINDE DA MERCEARIA LAURENTINO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem de Maria Aleixo, retocada.

Até ao final da década de 1960, tirando os bazares, a Cantina da Polícia no Alto-Maé, e a Cantina Militar no Bairro Militar, a Cidade abastecia-se de comida em mercearias e lojas de frutas e vegetais. Só no virar da década é que surgiram “supermercados”, o Ganha Pouco só de nome, e o Montegiro na Avenida António Ennes (hoje Julius Nyerere) na esquina ao lado do Ateneu Grego. Perto da minha casa na Polana havia o China” (porque era gerido por chineses, suponho) que vendia um pouco de tudo, desde cigarros Havana à peça, petróleo para candeeiros e fogões, fósforos, bebidas, rebuçados à peça, Choingas, berlindes, etc. Comprar lá alguma coisa que não fosse simples era uma aventura, pois se eu tivesse que explicar, os donos não falavam português e eu não falava chinês.

As mercearias tinham os seus clientes, alguns com “lista”, ou seja, pagavam uma vez por mês. Aviavam tudo à peça e a retalho, a partir de um balcão, e aquilo levava eternidades à espera enquanto e ia enchendo o cesto (não havia sacos de plásticos, tudo embrulhado em papel).

Com a mudança de turno em 1974 e a confusão subsequente, praticamente desapareceram.

Brinde da Mercearia Laurentino em Lourenço Marques. Penso que é um recipiente para colocar leite quente, para servir com café.

05/05/2020

CHÁVENA DE CAFÉ DA MERCEARIA LEMOS EM LOURENÇO MARQUES

Imagem retocada.

Hoje, o J Mário, no pequeno blogue Chávenas e Companhias publicou esta imagem de uma chávena de café pelos vistos oferecida pela Mercearia Lemos na Baixa de Lourenço Marques (Rua Dr. Salazar, Nº49. Acho que era depois a Rua da Mesquita na Baixa). O Fernando Simões diz-me que ficava mesmo em frente à Mesquita Velha da Baixa.

Quando eu crescia em Lourenço Marques nos anos 60 (nasci em 1960) a maior parte dos citadinos, brancos e pretos, fazia as suas compras em bancas nos mercados e nos bazares, nos talhos e nas peixarias – e em mercearias, em que ainda se atendia as pessoas individualmente, em bancas de madeira. Quase não havia nada congelado nem comidas preparadas, quase tudo era comidas secas ou fresca, desde bacalhau e farinha até alfaces e latas de azeite. Mas vendiam muito mais: cigarros Havana ao cigarro (com uma pinga de cachaça, para quem quisesse), petróleo para os candeeiros e os fogareiros, todo o tipo de especiarias, berlindes (eu era cliente frequente dos berlindes), choingas, etc etc etc.  Mas no final dos anos 60 alguns empresários começaram a tentar imitar o que se passava no resto do mundo e começaram a aparecer na Cidade primeiro os mini-mercados, depois o supermercado Montegiro na Av. António Ennes e pouco depois o primeiro centro Comercial, o Man Kay. Até 1975 todos concorriam alegremente e todos pareciam aguentar-se. Eu gostava particularmente do Bazar na Baixa, do Mercado do Xipamanine, e aquelas lojas indianas todas ao lado umas das outras na Baixa entre o Bazar e as Fábricas Reunidas.

 

Chávena oferecida aos Clientes pela Mercearia Lemos em Lourenço Marques.

Create a free website or blog at WordPress.com.