THE DELAGOA BAY WORLD

19/06/2023

O RESTAURANTE MEIRELES EM QUELIMANE, SEGUNDA METADE DA DÉCADA DE 1960

Imagem do fabuloso acervo fotográfico de Manuel Martins Gomes, pertença da sua única filha Zé, com copyright, para mais detalhes ver aqui.

O Meireles em Quelimane, fotografado na segunda metade dos anos 60 por Manuel Martins Gomes.

10/10/2022

TRECHO DA PONTA VERMELHA EM LOURENÇO MARQUES, FINAL DA DÉCADA DE 1960

A primeira imagem é da colecção de Manuel Martins Gomes, com copyrights (para mais detalhes visitar aqui) final da década de 1960. A segunda imagem é de um dos álbuns da Santos Rufino, meados da década de 1920. Ambos retratam a mesma zona, de ângulos diferentes..

Trecho da Ponta Vermelha em Lourenço Marques. Da rua para cima era o enrome quarteirão alojando a residência oficial do Governador-Geral (em cima, à direita, a versão pirosa feita pouco antes da visita do Marechal Carmona em Setembro de 1939) e que incluia, entre outros, o edifício do Governo Provincial, que se vê em cima do lado esquerdo. Do lado direito era um escritório qualquer provincial mas que cinquenta anos antes foi primeiro a Secretaria-Geral e depois uma casa de hóspedes do Governo-Geral.
Os dois edifícios, meados da década de 1920.

05/10/2022

A PISCINA DO HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, FINAL DOS ANOS 60

Imagem da incomparável colecção de Manuel Martins Gomes, com copyright, para mais detalhes ver aqui.

Em Julho deste ano o Hotel Polana celebrou o primeiro centenário da sua inauguração.

Dia de sol na piscina do Hotel Polana.

O HOTEL POLANA EM LOURENÇO MARQUES, INÍCIO DA DÉCADA DE 1970

Imagem da incomparável colecção de Manuel Martins Gomes, com copyright, para mais detalhes ver aqui.

Em Julho deste ano o Hotel Polana celebrou o primeiro centenário da sua inauguração.

Em segundo plano, o Hotel Polana onde se vê já concluído o Polanamar bem como, mesmo ao lado, a estação de serviço da Shell. Em primeiro plano, moradias, em que na ponta em baixo à direita se vê parte do telhado da casa onde viviam os pais da luso-americana Teresa Heinz Kerry, o Dr. Simões Ferreira, que ficava na esquina com a Avenida Duques de Connaught e o final da Estrada do Caracol. Ao fundo, a estrutura do futuro Hotel 4 Estações, que nunca foi concluído e que décadas depois foi demolido para ali ser construído o edifício da nova embaixada dos Estados Unidos da América. À esquerda, a Avenida António Ennes, actualmente Av. Dr. Julius Nyerere.

06/09/2022

JOÃO E FREDERICO AYRES AYRES EM LOURENÇO MARQUES

A primeira imagem tem copyright e faz parte do magnífico espólio fotográfico de Manuel Martins Gomes. Para mais detalhes, ver aqui.

A segunda imagem foi publicitada no sítio de leilões de arte Renascimento.

O pintor João Ayres junto a uma das suas obras, em Lourenço Marques, anos 60. Fotografado por Manuel Martins Gomes.

Citando a Câmara Municipal de Sintra e o Centro Português de Serigrafia, um sítio refere assim o percurso de João (após editado por mim):

“João Ayres nasceu em Lisboa em 6 de Fevereiro de 1921 e ali faleceu e, 4 de Fevereiro de 2001. Era filho do Pintor Frederico Ayres. Estudou Arquitectura na Escola de Belas Artes de Lisboa e do Porto. Viveu e trabalhou, durante vinte e cinco anos, no Concelho de Sintra, na casa que projectou e construiu, na Tapada de Vale de Lobos. Em 1946, mudou-se para Lourenço Marques, onde realizou a sua primeira exposição individual em 1949.

Em 1955 expôs na Beira, a convite do Centro de Arte de Manica e Sofala. No mesmo ano expôs também no Brasil, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Salão do Ministério da Educação e Cultura do Rio de Janeiro. Em 1961 expôs individualmente em Pretória, a convite da Associação Sul Africana de Arte, na Voster’s Gallery. Das muitas exposições individuais podemos destacar as seguintes: Centro de Arte de Manica e Sofala (1955), Museu de Arte Moderna de São Paulo (1959; Palácio Foz (Lisboa), 1960); Voster’s Gallery (África do Sul) (1961); Left Bank Gallery (Joanesburgo), (1965); Cooperativa da Casa de Moçambique (1967); Fundação Calouste Gulbenkian (1981); Galeria de São Carlos, Lisboa (1958); Sociedade de Estudos de Moçambique (1971 e 1974); Galeria de São Francisco, Lisboa (1983); Galeria de Arte do Casino do Estoril (1984); Galeria de Arte do Casino do Luso (1985); Galeria de São Bento, Lisboa (1986); Galeria Barata, Lisboa (1989); Galeria Sépia, Braga (1990); Galeria de Santa Justa, Lisboa (1992); Galeria de Arte do Penta Hotel, Lisboa (1994); Eurofitness, Lisboa (1996); Galeria Barata, Lisboa (1998) e Galeria Municipal de Sintra, Fitares Shopping (2000).

Em 1966 foi premiado pela Imprensa Moçambicana como o melhor Artista Plástico. Em 1968 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua obra encontra-se representada nos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro (Brasil), nas colecções das Câmaras Municipais de Maputo e da Beira, na antiga colecção da Agência Geral do Ultramar e na Fundação Calouste Gulbenkian. Em Dezembro de 2000, foi homenageado com a Medalha de Prata de Mérito da Câmara Municipal de Sintra e, em Agosto de 2002, foi agraciado, a título póstumo, com a Medalha de Ouro de Mérito da Câmara Municipal de Sintra.”

O PAI – FREDERICO AYRES

João era filho de Frederico Ayres, outro grande pintor, de cuja arte, na realidade gosto tanto ou mais que a do filho e que pelos vistos produziu que fartou pois na internet vejo inúmeros -e belos – trabalhos seus. O sitio de leilões de arte Serralves, citando o Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Michael Tannock, o Catálogo da Grande Exposição dos Artistas Portugueses-1935 e Catálogo da Exposição – Lisboa Século XX nas Artes Plásticas-1991, descreve assim Frederico:

“Frederico Pereira Alves – mais conhecido por Frederico Ayres – Nasceu em Lisboa em 1887 e faleceu em 1963. Frequentou a Escola de Belas Artes de Lisboa. Discípulo de Carlos Reis, e revelando-se um aluno brilhante, venceu os prémios escolares «D. Carlos» e «Anunciação». Concorreu às Exposições do Panamá, Rio de Janeiro, Barcelona e Amesterdão. Classificado com a medalha de ouro na Exposição Regional e duas pela Sociedade Nacional de Belas Artes. As suas obras caracterizam-se pelo excelente uso da cor, criando ambientes suaves e envoltos nas brumas do amanhecer ou do entardecer. Exp. ind.: Lisboa 1962. Exp. Colect.: S.N.B 1910, 1920, 1922, 1925, 1929, 1937, 1939 e 1955; Lisboa 1932, 1935, 1937 e 1962; Porto 1935 e 1963; Estoril 1932, 1936, 1938,1941 e 1948; Lourenço Marques 1937; Santarém 1960; Vila Franca de Xira 1955. Está representado no Museu da Cidade de Lisboa, no Museu Grão Vasco, Museu Soares dos Reis, Caldas da Rainha, Santarém, Vila Nova de Gaia e em diversas colecções particulares.”

A página na Wikipédia que lhe é dedicada, apesar de escandalosamente omissa, adiciona no entanto uns detalhes preciosos (editado po mim):

“Frederico Ayres estudou na Escola de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluno de Carlos Reis, que o ajudou a definir a sua integração na produção artística nacional, seguindo a via do tardo-naturalismo. Em 1917 juntou-se ao Grupo Ar-livre, participando activamente nas suas iniciativas. As suas paisagens e marinhas manifestam uma sensibilidade às variações cromáticas e ao estado atmosférico de cada local, o que as aproxima dos valores e das técnicas impressionistas, então internacionalmente divulgados e cada vez mais aceites, como critério de modernidade. Nos anos 1930 afastou-se do meio artístico português ao instalar-se em Lourenço Marques, onde veio a falecer em 1963.”

Resumindo:

Frederico foi viver para Lourenço Marques na década de 1930, o filho João, que estava em Sintra, foi ter com ele a Moçambique, o Pai lá morreu em 1963 e o filho viveu lá (presumo que) até à Debandada, quando foi viver para Portugal. Onde morreu. Ok. Parece que é segredo. E em ambos os casos a estadia moçambicana é quase sumariamente eclipsada.

A Galeria Renascimento pôs à venda um dos quadros de Frederico, que aqui reproduzo:

Um óleo de Frederico Ayres, pintado em Lourenço Marques em 1944. Aqui o nome aparece como Aires. Pois.

28/08/2022

MALUDA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 50

Imagem de Manuel Martins Gomes, com copyright, cortesia de sua filha, para mais detalhes ver aqui.

Maluda faz uma sesta em Lourenço Marques, final da década de 1950.

19/07/2022

PRAIA DO XAI-XAI, ANOS 60

A primeira imagem cortesia do acervo de Manuel Augusto Martins Gomes, com reserva de direitos de autor. Para mais informação, ver aqui. A segunda imagem é de um postal da Casa Focus.

Visitantes na Praia do Xai- Xai.

Hotel Xai-Xai, na Praia do Xai-Xai.

17/07/2022

MARIA JOÃO SEIXAS NAS CORRIDAS EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagens cortesia do acervo de Manuel Augusto Martins Gomes, com reserva de direitos de autor. Para mais informação, ver aqui

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Maria João Seixas no Autódromo de Lourenço Marques, década de 1960.

09/10/2021

FACHADA DA MESQUITA DE LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Imagem retocada do espólio da Família de Manuel Augusto Martins Gomes.

Vista parcial da primeira mesquita de Lourenço Marques, anos 60. De cada lado da sua entrada, havia pequenas lojas, aqui a Ourivesaria Portugal e a Casa dos Brinquedos.

O MACHIMBOMBO Nº1 NA COSTA DO SOL EM LOURENÇO MARQUES, DÉCADA DE 1960

Imagem retocada do espólio da Família de Manuel Augusto Martins Gomes.

O machimbombo Nº1 dos Serviços Municipalizados de Viação de Lourenço Marques, que fazia a ligação entre a estação dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques (Praça Mac-Mahon) e a Costa do Sol, estacionado em frente ao Restaurante da Costa do Sol, anos 60. Em primeiro plano, dois amigos de Manuel Gomes, um dele (não sei qual) o Dr. José Maria Vieira. O cenário que aqui se vê agora mudou radicalmente.

23/05/2021

MANUEL MARTINS GOMES: SINOPSE DE UMA VIDA

Grato a M J Gomes, filha de Manuel Martins Gomes, pelos dados e imagens que ilustram este esboço biográfico, bem como todas as excelentes imagens que podem ser vistas premindo no seu nome no índice deste blogue.

Manuel Martins Gomes nasceu no dia 4 de Junho de 1920, em Murça, no Norte de Portugal, o quinto de onze irmãos, em que 4 irmãos eram mais velhos e seis meio-irmãos mais novos. Foi um acaso nascer naquela localidade, já que todos os seus irmãos nasceram e nasceriam no Brasil e em Angola. Com apenas um mês de idade, a Família veio viver para Lisboa. Ali morou o jovem Manuel durante a sua infância e adolescência, numa casa na Avenida da República. Por algumas questões familiares, o jovem Manuel não completou o liceu e começou a trabalhar logo a seguir a deixar a escola, o que na altura não era incomum.

Ali assistiu ao fim da I República, à Ditadura e ao nascer do Estado Novo.

Autodidacta notório, aprendeu tudo a fazer. E aprendeu a falar inglês e francês sózinho.

Em 1939, a II Guerra Mundial prestes a eclodir, então com 19 anos de idade, Manuel começou a trabalhar como escriturário na firma Manuel Pereira Júnior, agentes de navegação e transitários, tendo, em meados de 1940 sido colocado nos serviços de Trânsitos Internacionais em ligação directa com os transitários suíços Jacky, Maeder & C.º e H. Ritschard, Lda. para os contactos consulares, licenciamento e obtenção de praças nas Companhias e Agências de Navegação.

Finda a II Guerra Mundial e não se justificando a existência daquele departamento e a representação das firmas citadas, foi transferido para o expediente geral da firma, a qual naquela altura atravessava uma tremenda crise.

Este facto deu origem a ter que procurar trabalho noutra empresa que lhe desse melhores garantias para o futuro. Assim, em Maio de 1946, passou a desempenhar as funções de Inspector de Vendas da fábrica de bolachas e chocolates A Favorita Ltda., em Lisboa.

Nota de despesa do depósito da Favorita no Porto, anos 30-40.

A partir de 1949 iniciou a prospecção e estudo dos mercados de Angola e Moçambique para aquela indústria alimentar, procedendo à nomeação de agentes e nos anos seguintes o seu controlo, apoio e correcções.

Em fins de 1957, já com 37 anos de idade, foi convidado para ir trabalhar em Moçambique como Director da Companhia Vidreira de Moçambique, convite feito pelos membros de Conselho de Administração daquela Companhia que também o eram na Sociedade Central de Cervejas (SCC).

A Praça Mouzinho em Lourenço Marques, à noite.

Já em Lourenço Marques, tomou posse na Companhia Vidreira em Junho de 1958.

No interior da Companhia Vidreira de Moçambique, cerca de 1965 (foto MMG).

Quando em 1960 a Companhia de Iniciativas Económicas de Moçambique, SARL – constituída quase na totalidade por pessoas ou sociedades ligadas à SCC – adquiriu a posição de F. Dicca, Lda. (50%) nas Fábricas de Cerveja Reunidas de Moçambique, Ltd, foi convidado para ser Director da Distribuidora, Lda., sociedade esta que procedia à distribuição e venda dos produtos SCC para todo o território de Moçambique assim como à exportação.

O produto-estrela da Distribuidora, a cerveja Laurentina.

Aceite o convite, desempenhou o cargo durante o primeiro ano em acumulação com o de director da Companhia Vidreira, situação que não se podia prolongar por muito mais tempo devido ao facto de nessa altura estar-se a iniciar a reestruturação da Distribuidora.

Com a constituição em Outubro de 1973 da “holding” SOGERE – Sociedade Geral de Cervejas e Refrigerantes – na realidade a fusão das Fábricas de Cerveja Reunidas e da Companhia de Cervejas e Refrigerantes Mac- Mahon, passou a ser Vogal do Conselho de Administração da Mac-Mahon Comercial, Ltda., cumulativamente com o cargo de Director.

Manuel na sala de visitas da sua casa em Lourenço Marques, segunda metade da década de 1960 (foto MMG).

A Mac-Mahon Comercial tinha funções idênticas às da antiga Distribuidora, com a qual aliás concorre, e da mesma maneira procede à distribuição e venda da gama de produtos que eram engarrafados anteriormente pela Companhia de Cervejas e Refrigerantes Mac-Mahon, para todo o território de Moçambique.

Da esquerda: Manuel, Martins Gomes; o empresário Carlos Martins (que entre outros negócios construiu e liderou a seguradora Nauticus, incluindo a construção do Prédio Nauticus na Baixa de Lourenço Marques e partiipou na criação da Canada Dry em Moçambique), penso que o filho do lendário empresário grego Manuel Cretikos e mais um executivo cujos nome ainda tenho que descobrir (foto MMG).

Tendo Lourenço Marques como sua base, e usufruindo dos frutos do seu sucesso, Manuel viajou por todo o mundo, visitando países nas Américas, na Europa, Ásia, Austrália.

A Baixa de Lisboa, 1970 (foto MMG).
Praia na Cidade do Rio de Janeiro, 1960 (foto MMG) .
Manuel em frente ao Parténon, Atenas, Grécia, meados dos anos 60 (foto MMG) .

A Ilha de Manhattan vista de Brooklynn, Estados Unidos da América (foto MMG) .
Algures entre a Austrália e Timor, anos 60 (foto MMG) . Manuel visitou ambas.

Tendo ainda um refinado gosto pelas artes, as letras e a fotografia, na Cidade, culto, convivial e bom conversador, convivia com muita gente, incluindo alguma da elite económica e cultural da Cidade, que incluiu nomes tais como Maluda, Cargaleiro, João Ayres, Maria João Seixas, João Raposo Magalhães (Jana), as famílias Salema, Rocheta, Noronha, Corsini, Benini, Dieckman, Lynar, Barbosa, Buldini, Cunha, Levi, Palma Sequeira, Claro, Simões de Almeida, etc.

Maluda, fotografada por Manuel, anos 60 (foto MMG) .

Manuel, pintura de Maluda, 1 de 2 (foto MJG) .

Manuel, pintura de Maluda, 2 de 2 (foto MJG) .

Em meados de Janeiro de 1974, casou em Lourenço Marques, com uma jovem de 27 anos que conhecera num cruzeiro no México e por quem se apaixonara.

Entretanto, em final de Abril de 1974, ocorre um golpe de Estado militar em Portugal e, uns meses depois, é assinado na Zâmbia um acordo entre o Estado português e a Frente de Libertação para a independência do então Estado de Moçambique, para dali a nove meses, com a tomada de posse imediata de um governo controlado pela Frente. Entretanto, a sua jovem mulher, já grávida, viajou para Lisboa em Agosto, tendo a sua filha Maria José nascido na capital portuguesa em meados de Outubro desse ano.

Uma das formalidades da nova dispensação política foi despachar a estatuária colonial da Cidade. Definitivamente, a parte mais fácil, seguida pelo desmantelamento da economia herdada.

A esquina da Rua Princesa Patrícia com a Avenida Pinheiro Chagas, início de 1975. Em frente a antiga residência do Director do Hospital Miguel Bombarda e à esquerda o edifício dos Serviços de Saúde. Note o exmo. Leitor a pintura alusiva às Forças Populares de Libertação de Moçambique, que estavam a tomar conta da Cidade. À direita, o jacarandá mais bonito da Pinheiro Chagas.

Em princípio de 1975, ainda em Lourenço Marques, Manuel Gomes foi nomeado administrador da SOGERE, cargo que desempenhou, como os outros, até Outubro daquele ano, altura em que, a Frelimo a entrar em força para tomar de assalto o país, nomeadamente intervencionando todas as empresas, decidiu renunciar aos seus mandatos e deixou Moçambique, viajando para Portugal, efectivamente recomeçando a sua vida aos 55 anos de idade.

Võo Lourenço Marques-Lisboa, one way, 1975, serviço na altura assegurado pelos Boeing 747 da TAP. Bie bie Moçambique.

Como muitos na mesma situação, não se queixou: fez pela vida, num Portugal ainda em fase “revolucionária” que só estabilizaria em 1976.

Já em Lisboa, por despacho do Primeiro Ministro de 31 de Maio de 1977, foi nomeado membro da Comissão Administrativa das Fábricas Cergal, Copeja e Imperial, lugar este preenchido até 31 de Dezembro de 1977, data em que, ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 6.º dos Estatutos da Centralcer – Central de Cervejas E.P., foram nomeados os membros do Conselho de Gerência da referida empresa.

Em 19 de Abril de 1978, tomou posse como vogal do novo Conselho de Gerência da Rodoviária Nacional.

Passou ainda pela Cive – Companhia de Indústria Vidreira, pela Finangeste e pela Cimobim. Na Finangeste administrou o Cinema Império, o Palácio do Correio Mor e a Quinta da Fonte Santa (a quinta de férias da Casa do Pessoal do Banco de Portugal), e na Cimobim, como administrador do Centro Comercial Fonte Nova em Lisboa.

Após o que se reformou.

Terá dito que os 18 anos em que viveu em Lourenço Marques foram dos mais felizes da sua vida.

Faleceu em Lisboa há treze anos, em 11 de Maio de 2008, com 88 anos de idade.

E esta era a sua canção favorita:

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