THE DELAGOA BAY WORLD

07/03/2021

ALBANO DE SOUSA DIAS E O ESTÁDIO SALAZAR EM LOURENÇO MARQUES, 1968

Filed under: Albano de Sousa Dias Eng CFM, LM Estádio Salazar — ABM @ 12:18

Imagens retocadas, da colecção de Alfredo Pereira de Lima.

Inaugurado na Machava a 30 de Junho de 1968, o Estádio Salazar foi uma iniciativa do Clube Ferroviário de Moçambique, o clube dos ferroviários, sendo que os Caminhos de Ferro de Moçambique eram quase um estado dentro do Estado. Na altura o ditador português já estava no poder (num sistema de partido único ajudado por uma polícia “musculada”) desde 1928, desde 1932 como primeiro-ministro, que na altura se chamava Presidente do Conselho de Ministros e apareciam muitas iniciativas de adoptar o seu nome um pouco por toda a parte. Mas enquanto instalação desportiva, foi um sucesso, e sendo de dimensões monumentais para a escala do que havia na capital de Moçambique, foi a escolha lógica para ali se assinalar a histórica formalização da entrega do poder pelos revolucionários portugueses à Frelimo na noite de 24 para 25 de Junho de 1975, então já com a designação de Estádio da Machava.

Feito por gente de Moçambique com dinheiro de Moçambique, na realidade, por estar implantado na Machava, administrativamente parte da Matola – que na altura também tinha a Vila Salazar, o Estádio não pertencia a Lourenço Marques. Na altura da inauguração, por ainda não estarem concluídos os acessos e estacionamentos para viaturas, a população foi convidada a, gratuitamente, ir de comboio para a cerimónia no estádio, já que havia ali um pequeno ramal que ligava até à estação ferroviária de Lourenço Marques (e que se vê no topo da fotografia). Foi a primeira vez que andei de comboio….

Albano de Sousa Dias nasceu em Lourenço Marques em 3 de Fevereiro de 1922. Tirou um curso de engenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Em 1948, ingressou nos Caminhos de Ferro de Moçambique, na Brigada de Estudos e Construção. Após estagiar em diversos serviços, assumiu a função de engenheiro-chefe de Via e Obras naquela empresa em 6 de Novembro de 1953. Dois anos depois, passou a fazer parte da direcção, na cidade da Beira, e em 1959 serviu na Direcção de Exploração dos CFM, passando a subdirector desta divisão em 1961. Também ocupou a posição de director no Clube Ferroviário de Moçambique, tendo sido o principal impulsionador para a construção dos Estádios da Machava, em Maputo, e do Ferroviário, na Beira, de vários campos de ténis, e da Colónia Praia do Bilene. Durante e após o seu mandao, o Clube Ferroviário de Moçambique expandiu a sua actividade, com, também, a construção das piscinas em Lourenço Marques e na Beira.

Faleceu com 46 anos em 27 de Julho de 1968, de um ataque cardíaco, três semanas depois da inauguração do Estádio.

Num comentário sobre Dias, Manuel Martins Terra escreveu: “Sei como o Eng. Sousa Dias, era estimado no seio da grande família dos ferroviários,que maioritariamente não concordaram numa polémica e acessa Assembleia Geral do CFM, a atribuição do nome de Salazar ao recinto que estava prestes a ser inaugurado. Ao invés, entenderam ser justo chamar-lhe Estadio Eng. Albano Sousa Dias, numa justa consagração ao grande homem que deu tudo por um estádio construido à sua imagem.Infelizmente, o regime do Estado Novo não mostrou vontade de recuar nos seus propósitos. O destino tem destas coisas e pouco depois da inauguração o grande mentor de um complexo ousado, com marcador electrónico, facho olimpico, pista de ciclismo, pista de atletismo e a porta para a recepção da maratona, tombava e deixando consternados os seus milhares de amigos, que jamais o esquecerão por ser o homem bom que era. Talvez tivesse partido, amargurado pela injustiça dos que tinham o poder de decisão.”

 

03/07/2019

O FACHO OLÍMPICO USADO NA INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO SALAZAR EM LOURENÇO MARQUES

Dedicado ao grande blog Big Slam.

Imagem retocada do então Presidente da República portuguesa, Almirante Américo Tomás, com atletas, a acender o facho olímpico que mais tarde figurou memoravelmente na inauguração solene do Estádio Salazar, em Lourenço Marques, a 30 de Junho de 1968, quando o Grande José Magalhães desfilou perante a audiência de 50 mil espectadores e com o mesmo facho acendido por Américo Tomás, acendeu a pira olímpica do novo recinto desportivo. A cerimónia do acendimento do facho decorreu durante as festas comemorativas do XI centenário da presúria de Portugale por Vímara Peres, que, creio aconteceu no Porto. Fonte: Arquivo Municipal do Porto.

Claro que isto tresandava a colonialismo e fascismo etc e tal. Mas na altura foi giro, presume-se. Eu tinha oito anos de idade mas só me lembro de ter ido de comboio para o estádio (entre a estção dos CFLM e um apeadeiro perto do estádio), da enorme confusão e pouco mais.

Nota histórica: em 868 AD, Vimara Peres, um nativo do Reino das Astúrias, foi elevado a primeiro Conde do Condado Portucalense, território então capturado (“presuriado”) aos muçulmanos locais e tornado num condado, uma unidade territorial e administrativa medieval, que era regida pelo conde e que por sua vez reconhecia a ascendência do rei – e que eram cristãos. Vimara Peres logo fundou um lugarejo de onde governava o seu Condado, a que chamou Vimaranis – que eventualmente se tornou na actual Cidade de Guimarães. Morreu em 873. Os seus descendentes seriam condes de Portucale até 1071, quando Nuno Mendes, o último conde, morreu numa batalha contra uns galegos.  Tudo isto bem antes de Afonso Henriques e os seus Pais.

Agora, o que tem Vimara Peres a ver com o estádio Salazar….pois. Não percebo.

 

Américo Tomás entrega a um atleta o facho que seria usado na inauguração do Estádio Salazar em Lourenço Marques, no outro lado do mundo.

 

José Magalhães entra e percorre o Estádio Salazar segurando o facho acendido por Américo Tomás, até subir à pira olímpica, que acende exactamente às 15 horas e 15 minutos daquele domingo, 30 de Junho de 1968. Imagino que, subsequentemente, o José nunca mais ouviu o fim da história da parte dos frelos que se seguiram – e que usaram o mesmo estádio – cujo nome foi mudado imediatamente – para proclamar a independência formal da colónia, sete anos mais tarde, no início do dia 25 de Junho de 1975.

08/12/2018

A INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO SALAZAR NA MACHAVA EM MEADOS DE 1968

Filed under: LM Estádio Salazar, Salazar — ABM @ 23:19

 

Postal alusivo à inauguração do Estádio Salazar em Lourenço Marques a 30 de Junho de 1968, assinalado por um jogo entre selecções de Portugal e do Brasil. Por esta altura, António Oliveira Salazar estava na presidência do governo português há 38 anos seguidos e as homenagens do regime sucediam-se, de que o nome do estádio era apenas uma.

08/05/2012

CERIMÓNIAS DO DIA 10 DE JUNHO EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1970

Fotografias da Colecção de Jorge Henriques Borges.

 

As beldades da cidade nas cerimónias alusivas ao dia 10 de Junho (dia de Portugal, mas também assinalavam o final do ano escolar) no Estádio Salazar na Machava, nos arredores de Lourenço Marques, anos 1970.

 

Um aspecto das cerimónias.

21/11/2010

ESTÁDIO DO CLUBE FERROVIÁRIO DE MOÇAMBIQUE, 1967

Filed under: LM Estádio Salazar, LUGARES — ABM @ 12:50

ESTA FOTO GENTILMENTE ENVIADA POR FERNANDO RUI PINTO.

ESTÁDIO DESPORTIVO DO CLUBE FERROVIÁRIO DE MOÇAMBIQUE, INAUGURADO COM O NOME "SALAZAR" EM 30 DE JUNHO DE 1968. EM 25 DE JUNHO DE 1975 - SETE ANOS DEPOIS - FOI PALCO DA CERIMÓNIA FORMAL DA INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE.

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