THE DELAGOA BAY WORLD

18/07/2022

INTERIOR DO AEROPORTO SACADURA CABRAL NA BEIRA, INÍCIO DOS ANOS 70

Imagem retocada.

Sala de embarque do então chamado Aeroporto Sacadura Cabral na Beira.

Expandida a pista e a gare no final dos anos 60, este aeroporto e e o Aeroporto Gago Coutinho, em Lourenço Marques, foram os primeiros aeroportos moçambicanos a poderem receber os então novos aviões Boeing 747 da TAP e processarem simultaneamente as centenas de passageiros, carga e bagagem, transportados pelas novas aeronaves.

O primeiros voos destas aeronaves de grande capacidade (lançadas pela Boeing em Seattle em 1970) para a Beira e para Lourenço Marques ocorreram no dia 4 de Junho de 1973.

Artur Sacadura Cabral (Celorico da Beira, 1881 – Mar do Norte, 1924), que quase momentaneamente deu o seu nome à estrutura modernizada na Beira, foi um cientista e aviador português mais conhecido por, com Gago Coutinho, ter feito a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, em 1922. Viria a falecer num acidente aéreo no Mar do Norte em 15 de Maio de 1924, quando trazia um novo avião da Holanda para Lisboa. O seu corpo e a aeronave nunca foram encontrados.

Sacadura Cabral conhecia muito bem Moçambique, onde aliás conheceu Gago Coutinho e para onde foi trabalhar em 1901.

Navegou durante dois anos pelas costas de Moçambique e, em 1905, procedeu a um levantamento hidrográfico detalhado da baía de Lourenço Marques, em antecipação da modernização do seu porto. Com Bon de Sousa, Sacadura Cabral foi um dos oficiais escolhidos para este trabalho, em que elaborou uma carta hidrográfica do rio Espírito Santo e de trechos dos rios Tembe, Umbelúzi e Matola. Em 1906 e 1907 trabalhou como topógrafo na rectificação da fronteira entre o Transvaal e Moçambique, serviço que foi feito em colaboração com uma equipa de agrimensores enviados pelo Transvaal. Em 1907, tendo chegado a Moçambique uma missão geodésica de que era chefe Gago Coutinho, os dois trabalharam juntos entre 1907 e 1910 em várias missões geodésicas e geográficas em território moçambicano.

03/11/2013

A RESIDÊNCIA DO DIRECTOR DO HOSPITAL MIGUEL BOMBARDA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 1910

A residência

A residência do Director do Hospital Miguel Bombarda em Lourenço Marques. Diz José Sacadura: “esta casa foi construida para alojamento do meu avo que foi o Director do Hospital de LM entre 1908 e 1911. O seu nome era Armando Sacadura Cabral, mas mais tarde mudou o nome para Armando Cabral Sacadura para não confundir com um primo que tinha o mesmo nome e era médico. Recordo-me de o meu Pai contar que o meu Avô ( porque a minha Avó vivia com o meu Tio em Portugal devido as febres palustres que ainda eram endémicas em LM) vivia só e decidiu transformar a casa numa espécie de república para os poucos médicos que o hospital tinha na altura e assim fazerem companhia uns aos outros. A minha Avó ainda lá morou algum tempo e, quando engravidou do meu Tio e antes de chegar a altura do parto ( como era a moda das Senhoras na altura), veio para Portugal e cá ficou até ao rebento estar mais crescidinho. Depois foi ter com o marido a Luanda, onde ele tinha sido transferido, e daí apareceu o meu Pai e voltou a dar-se a viagem para Lisboa. Os filhos foram sempre educados em Portugal até à adolescência. O meu Pai foi para Moçambique em 1939 e por ali ficou até depois do Desastre”.  Era primo directo do célebre aviador Artur de Sacadura Cabral (para ver esboço biográfico, veja abaixo da fotografia). Após a Independência, se não me engano, a Frelimo dos tempos do braço no ar “concedeu” o imóvel se não me engano à Ordem dos Advogados de Moçambique, que alugou o espaço em baixo, onde se fez um restaurante mais ou menos carote, com temas dos primeiros tempos coloniais e com o nome “1908”. Se Cabral Sacadura ressuscitasse e visitasse a casa que usou, morria de susto outra vez.

Para ler mais sobre quem foi o aviador Artur Sacadura Cabral, primo direito de Armando Cabral Sacadura, prima AQUI.

Create a free website or blog at WordPress.com.