THE DELAGOA BAY WORLD

04/12/2023

O ANÚNCIO DA FÁBRICA DE CERVEJAS REUNIDAS EM LOURENÇO MARQUES EM 1940 E A NOVA SIMBOLOGIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA EM 2023

A primeira imagem, retocada e colorida, de um esboço publicitário a lápis, para publicar em revistas e jornais, alusivo aos oito séculos da fundação de Portugal (1140-1940), encomendado pela empresa, «Fábricas de Cerveja Reunidas de Lourenço Marques». Idealizado e criado por António Cruz Caldas. A gravura, a preto e branco, pode ser vista AQUI. O documento original está depositado nos arquivos da Câmara Municipal do Porto.

Como no restante império, Lourenço Marques celebrou de forma efusiva os chamados Duplos Centenários, o da independência de Portugal em 1140 e a restauração da independência em 1640, no caso da capital de Moçambique um pouco mais cedo, para coincidir com a histórica viagem do Marechal Óscar de Fragoso Carmona (1869-1951) a Moçambique, que aconteceu em Agosto de 1939, a escassos dias antes do ataque de Hitler à Polónia, que iniciou a II Guerra Mundial. Para a ocasião, a pequena capital moçambicana engalanou-se e levou a cabo várias celebrações, a que se associaram, naturalmente, as empresas locais. No entanto, não tenho registo desta imagem ter sido usada.

Em 1940, o estilo patriótico exaltado estava muito na moda.

Independentemente do grau do patriotismo dos cidadãos, e da forma como o manifestam, esta dialéctica gráfica entretanto fez uma volta de 180 graus, numa altura em que, sob a égide do demissionário partido Socialista de António Costa, o número de imigrantes residentes duplicou em 10 anos e vindos das proveniências anteriormente mais improváveis (vi na televisão que na pequena cidade alentejana de Odemira vivem neste momento sete mil -sete mil – imigrantes maioritariamente Sikhs, oriundos da Índia, que são mais que os anteriores residentes “originários”). Como corolário desta evolução, talvez para acomodar o Novo Portugal, o governo português esta semana anunciou ter alterado o seu logotipo, que custou a ninharia de 74 mil euros, encomendado a – surpresa – a Eduardo Aires, professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, ou seja, como António Cruz Caldas, também um criativo do Porto:

Os símbolos do governo central. Esta “coisa” em baixo, que aprece a bandeira italiana com um borrão amarelo no meio, é suposta representar o Novo Portugal e, segundo o comunicado do governo, “trazer sofisticação à bandeira nacional e torná-la mais inclusiva, plural e laica. Os Sikhs de Odemira (e a breve trecho cidadãos portugueses) e o milhão de pessoas que se espera entrem pelas fronteiras nos próximos anos, agradecem.

Segundo a peça que li, “o Governo português reformulou a sua imagem institucional, revelando uma bandeira de Portugal simples, geométrica e privada da esfera armilar e do escudo. O novo ícone é composto por dois retângulos, um verde e um vermelho, separados por um círculo amarelo, com o objetivo de trazer sofisticação à bandeira nacional e torná-la mais “inclusiva, plural e laica”.

Gonçalo de Sousa, um oponente da medida, comentou: “o governo retirou do seu símbolo oficial a esfera armilar, as quinas e os castelos conquistados aos mouros. Agora temos esta palhaçada feita no Paint para “combater a discriminação”. Portugal não tem de ter vergonha dos Descobrimentos e da sua história. Tem de ter orgulho.”

O debate prossegue.

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